segunda-feira, 24 de setembro de 2012

TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIA


Capítulo I

Necessidade da devoção à Santíssima Virgem

14. Confesso com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo.
Comparada, portanto, à Majestade infinita ela é menos que um átomo, é, antes, um nada, pois que só ele é “Aquele que é” (Ex 3, 14) e, por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a realização de suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe querer para tudo fazer.
15. Digo, entretanto, que, supostas as coisas como são, já que Deus quis começar e acabar suas maiores obras por meio da Santíssima Virgem, depois que a formou, é de crer que não mudará de conduta nos séculos dos séculos, pois é Deus, imutável em sua conduta e em seus sentimentos.

Artigo I

Princípios

Primeiro Princípio – Deus quis servir-se de Maria na Encarnação.

16. Deus Pai só deu ao mundo seu Unigénito por Maria. Suspiraram os patriarcas, e pedidos insistentes fizeram os profetas e os santos da lei antiga, durante quatro milénios, mas só Maria o mereceu, e alcançou graça diante de Deus[1], pela força de suas orações e pela sublimidade de suas virtudes. Porque o mundo era indigno, diz Santo Agostinho, de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, ele o deu a Maria a fim de que o mundo o recebesse por meio dela.
Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação.
Deus Espírito Santo formou Jesus Cristo em Maria, mas só depois de lhe ter pedido consentimento por intermédio de um dos primeiros ministros da corte celestial.
17. Deus Pai transmitiu a Maria sua fecundidade, na medida em que a podia receber uma simples criatura, para que ela pudesse produzir o seu Filho e todos os membros de seu Corpo Místico.
18. Deus Filho desceu ao seu seio virginal, qual novo Adão no paraíso terrestre, para aí ter suas complacências e operar em segredo maravilhas de graça. Deus, feito homem, encontrou sua liberdade em se ver aprisionado no seio da Virgem Mãe; patenteou a sua força em se deixar levar por esta Virgem santa; achou sua glória e a de seu Pai, escondendo seus esplendores a todas as criaturas deste mundo, para revelá-las somente a Maria; glorificou sua independência e majestade, dependendo desta Virgem amável, em sua conceição, em seu nascimento, em sua apresentação no templo, em seus trinta anos de vida oculta, até à morte, a que ela devia assistir, para fazerem ambos um mesmo sacrifício e para que ele fosse imolado ao Pai eterno com o consentimento de sua Mãe, como outrora Isaac, como o consentimento de Abraão à vontade de Deus. Foi ela quem o amamentou, nutriu, sustentou, criou e sacrificou por nós.
Ó admirável e incompreensível dependência de um Deus, de que nos foi dado conhecer o preço e a glória infinita, pois o Espírito Santo não a pôde passar em silêncio no Evangelho, como incógnitas nos ficaram quase todas as coisas maravilhosas que fez a Sabedoria encarnada durante sua vida oculta. Jesus Cristo deu mais glória a Deus, submetendo-se a Maria durante trinta anos, do que se tivesse convertido toda a terra pela realização dos mais estupendos milagres. Oh! quão altamente glorificamos a Deus, quando, para lhe agradar, nos submetemos a Maria, a exemplo de Jesus Cristo, nosso único modelo.
19. Se examinarmos atentamente o resto da vida de Jesus, veremos que foi por Maria que ele quis começar seus milagres. Pela palavra de Maria ele santificou São João no seio de Santa Isabel; assim que as palavras brotaram dos lábios de Maria, João ficou santificado, e foi este seu primeiro e maior milagre de graça. Foi ao humilde pedido de Maria, que ele, nas núpcias de Caná, mudou água em vinho, sendo este seu primeiro milagre sobre a natureza. Ele começou e continuou seus milagres por Maria, e por Maria os continuará até ao fim dos séculos.
20. O Espírito Santo, que era estéril em Deus, isto é, não produzia outra pessoa divina, tornou-se fecundo em Maria. É com ela, nela e dela que ele produziu sua obra-prima, de um Deus feito homem, e que produz todos os dias, até ao fim do mundo, os predestinados e os membros do corpo deste Chefe adorável. Eis por que, quanto mais, em uma alma, ele encontra Maria, sua querida e inseparável esposa[2], mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo n essa alma, e essa alma em Jesus Cristo.
21. Não se quer dizer com isto que a Santíssima Virgem dê a fecundidade ao Espírito Santo, como se ele não a tivesse. Sendo Deus, ele possui a fecundidade ou a capacidade de produzir, como o Pai e o Filho. Não a reduz, porém, a acção, e não gera outra pessoa divina. O que se quer dizer é que o Espírito Santo, por intermédio da Virgem, da qual se quis servir, se bem que não lhe fosse absolutamente necessário, reduziu ao ato a sua fecundidade, produzindo, nela e por ela, Jesus Cristo e seus membros. É um mistério da graça inacessível até aos mais sábios e espirituais dentre os cristãos.
S. Luis Maria Grignion de Montfort: Tratado da verdadeira devoção a Maria (14-21).


[1] Cf. Lc 1, 30; Invenisti enim gratiam apud Deum.
[2] Sponsa Spiritus Sancti (Santo Idefonso, Líber de Corona Virginis, cap. III. – Sponsus eius Spiritus veritatis (Belarmino, Concio 2 super “Missus est”).

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

ASSUNÇÃO DA VIRGEM MARIA


Notas sobre a solenidade da Assunção de Nossa Senhora

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. É a terceira e última solenidade de Maria durante o ano na Igreja universal.

Dia 8 de dezembro ela celebra a Imaculada Conceição e, dia 1º de janeiro, Nossa Senhora, Mãe de Deus. Sua Liturgia é muito rica.

Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora assunta ao céu, ou ainda Nossa Senhora da Glória, está entre as festas de Nossa Senhora muito caras ao nosso povo. Faz parte da piedade popular, do Catolicismo tradicional.

Esta é também a vitória de Maria, celebrada nesta festa da Assunção. Ela está coroada de Doze estrelas, na fronte, por ter assumido e vencido, no seu papel de Mãe de Jesus e Mãe da Igreja.

Na sua Assunção, Maria diz-nos agora: Olhai: a minha vida era dom de mim mesma. E agora esta vida perdida, de entrega e serviço, alcança a verdadeira vida: a vida eterna, a vida plena, a vida repleta de sol, circundada pela luz de Deus.

A vida não se conquista, tomando-a para si, mas oferecendo-a e multiplicando-a, pelos outros.
É necessário dizer não à cultura amplamente dominante da morte, que se manifesta, por exemplo, na droga, na fuga do real para o ilusório, para uma felicidade falsa, que se expressa na mentira, no engano, na injustiça, no desprezo do próximo e dos que mais sofrem; que se exprime numa sexualidade que se torna puro divertimento, sem responsabilidade.
A esta promessa de aparente felicidade, a esta pompa de uma vida aparente, que na realidade é apenas instrumento de morte, a esta anticultura dizemos não, para cultivar a cultura da vida.

A Assunção da Virgem Maria representa a fé da Igreja na obra da redenção. Entre as formas de redenção a Igreja reconhece uma forma radical de redenção: Unida ao Filho na vida e na morte, a Igreja sabe que Maria foi associada à glória do Filho Ressuscitado.

A Assunção é a Páscoa de Maria. Criatura da nossa raça e condição, Mãe da Igreja, a Igreja olha para Maria como figura do seu futuro e da sua pátria.

Só Deus pode dar uma recompensa justa aos serviços prestados aqui na terra; só ele pode tirar toda dor, enxugar todas as lágrimas, encher nossa vida de alegria.

A festa da Assunção de Maria nos faz crer que a vocação da humanidade é chegar à plena realização e à vitória definitiva sobre todas as mortes.

Celebrando a Assunção da Virgem Maria aos Céus, o Senhor renova em nós a aliança e nos dá um novo sentido para a nossa vida.

A Assunção de Maria valoriza muito o nosso corpo, templo do Espírito Santo, como manifestação de todo o nosso ser, aos olhos dos outros.

Hoje, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação, e sendo a Igreja, assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950: "A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial."

Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente, chamava-se "Dormição" (= passagem para a outra vida), até que se chegou ao de "Assunção de Nossa Senhora aos Céus", isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores.

Maria contava com 50 anos quando Jesus a ascendeu aos Céus e, já tinha sofrido com as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro Egipto, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte.

Portanto a Virgem Maria ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada na Igreja Triunfante como Nossa Senhora, Mãe e Omnipotência Suplicante assunta aos Céus!

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Rui Manuel Tapadinhas Alves

sábado, 2 de julho de 2011

VERDADEIRA DEVOÇÃO A MARIA - I

TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM

por São Luís Maria Grignion de Montfort
1. Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por ela que deve reinar no mundo.
2. Toda a sua vida Maria permaneceu oculta; por isso o Espírito Santo e a Igreja a chamam Alma Mater – Mãe escondida e secreta[1]. Tão profunda era a sua humildade, que, para ela, o atractivo mais poderoso, mais constante era esconder-se de si mesma e de toda criatura, para ser conhecida somente de Deus.
3. Para atender aos pedidos que ela lhe fez de escondê-la, empobrecê-la e humilhá-la, Deus providenciou para que oculta ela permanecesse em seu nascimento, em sua vida, em seus mistérios, em sua ressurreição e assunção, passando despercebida aos olhos de quase toda criatura humana. Seus próprios parentes não a conheciam; e os anjos perguntavam muitas vezes uns aos outros: Quae est ista?... – Quem é esta? (Ct 3, 6; 8, 5) pois que o Altíssimo lha escondia; ou, se algo lhes desvendava a respeito, muito mais, infinitamente, lhes ocultava.
4. Deus Pai consentiu que jamais em sua vida ela fizesse algum milagre, pelo menos um milagre visível e retumbante, conquanto lhe tivesse outorgado o poder de fazê-los. Deus Filho consentiu que ela não falasse, se bem lhe houvesse comunicado a sabedoria divina.
Deus Espírito Santo consentiu que os apóstolos e evangelistas a ela mal se referissem, e apenas no que fosse necessário para manifestar Jesus Cristo. E, no entanto, ela era a Esposa do Espírito Santo.
5. Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cujo conhecimento e domínio ele reservou para si. Maria é a Mãe admirável do Filho, a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a humildade, tratando-a de mulher – mulier (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estrangeira, conquanto em seu Coração a estimasse e amasse mais que todos os anjos e homens. Maria é a fonte selada (Ct 4, 12) e a esposa fiel do Espírito Santo, onde só ele pode penetrar. Maria é o santuário, o repouso da Santíssima Trindade, em que Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem exceptuar seu trono sobre os querubins e serafins; e criatura alguma, pura que seja, pode aí penetrar sem um grande privilégio.
6. Digo com os santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre do novo Adão, no qual este se encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis. É o grande, o divino mundo de Deus4, onde há belezas e tesouros inefáveis. É a magnificência de Deus5, em que ele escondeu, como em seu seio, seu Filho único, e nele tudo que há de mais excelente e mais precioso. Oh! que grandes coisas e escondidas Deus todo-poderoso realizou nesta criatura admirável, di-lo ela mesma, como obrigada, apesar de sua humildade profunda: Fecit mihi magna qui potens est (Lc 1, 49). O mundo desconhece essas coisas porque é inapto e indigno.
7. Os santos disseram coisas admiráveis desta cidade santa de Deus; e nunca foram tão eloqüentes nem mais felizes, – eles o confessam – que ao tomá-la como tema de suas palavras e de seus escritos. E, depois, proclamam que é impossível perceber a altura dos seus méritos, que ela elevou até ao trono da Divindade; que a largura de sua caridade, mais extensa que a terra, não se pode medir; que está além de toda compreensão a grandeza do poder que ela exerce sobre o próprio Deus; e, enfim, que a profundeza de sua humildade e de todas as suas virtudes e graças são um abismo impossível de sondar. Ó altura incompreensível! Ó largura inefável! Ó grandeza incomensurável! Ó insondável!
8. Todos os dias, dum extremo da terra ao outro, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo prega, tudo exalta a incomparável Maria. Os nove coros de anjos, os homens de todas as idades, condições e religiões, os bons e os maus. Os próprios demônios são obrigados, de bom ou mau grado, pela força da verdade, a proclamá-la bem-aventurada.
Vibra nos céus, como diz São Boaventura, o clamor incessante dos anjos: Sancta, sancta, sancta Maria, Dei Genitrix et Virgo; e milhões e milhões de vezes, todos os dias, eles lhe dirigem a saudação angélica: Ave, Maria..., prosternando-se diante dela e pedindo-lhe a graça de honrá-la com suas ordens. E a todos se avantaja o príncipe da corte celeste, São Miguel, que é o mais zeloso em render-lhe e procurar toda a sorte de homenagens, sempre atento, para ter a honra de, à sua palavra, prestar um serviço a algum dos seus servidores.
9. Toda a terra está cheia de sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam como padroeira e protectora em muitos países, províncias, dioceses e cidades. Inúmeras catedrais são consagradas sob a invocação do seu nome. Igreja alguma se encontra sem um altar em sua honra; não há região ou país que não possua alguma de suas imagens milagrosas, junto das quais todos os males são curados e se obtêm todos os bens. Quantas confrarias e congregações erigidas em sua honra! quantos institutos e ordens religiosas abrigados sob seu nome e protecção! quantos irmãos e irmãs de todas as confrarias , e quantos religiosos e religiosas a entoar os seus louvores, a anunciar as suas maravilhas! Não há criancinha que, balbuciando a Ave-Maria, não a louve; mesmo os pecadores, os mais empedernidos, conservam sempre uma centelha de confiança em Maria. Dos próprios demónios no inferno, não há um que não a respeite, embora temendo.
10. Depois disto é preciso dizer, em verdade, com os santos:
De Maria nunquam satis... Ainda não se louvou, exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor, respeito, amor e serviço ela merece.
11. É preciso dizer, ainda, com o Espírito Santo: Omnis gloria eius filiae Regis ab intus – Toda a glória da Filha do Rei está no interior (Sl 44, 14), como se toda a glória exterior, que lhe dão, a porfia, o céu e a terra, nada fosse em comparação daquela que ela recebe no interior, da parte do Criador, e que desconhecem as fracas criaturas, incapazes de penetrar o segredo dos segredos do Rei.
12. Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit (1Cor 2, 9) – os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça6, da natureza e da glória. Se quiserdes compreender a Mãe – diz um santo – compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus: Hic taceat omnis lingua – Toda língua aqui emudeça.
13. Meu coração ditou tudo o que acabo de escrever com especial alegria, para demonstrar que Maria Santíssima tem sido, até aqui, desconhecida[2], e que é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Quando, portanto, e é certo, o conhecimento e o reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será uma consequência necessária do conhecimento e do reino da Santíssima Virgem Maria. Ela o deu ao mundo a primeira vez, e também, da segunda, o fará resplandecer.


[1] Antífona à Santíssima Virgem para o tempo de Natal; hino “Ave Maris Stella”.
[2] No sentido de: conhecida insuficientemente, como se depreende de todo este parágrafo e da expressão: “Jesus Cristo não é conhecido como deve ser”.

segunda-feira, 28 de março de 2011

AS GLÓRIAS DE MARIA

Maria socorre o Seus devotos que se encontram no Purgatório.

Os devotos da piedosissima Mãe são muito felizes, porque não somente Ela os ajuda quando estão em vida, mas são assistidos e consolados pela Sua proteção também no Purgatório. Naquele lugar as almas não podem ajudar-se sozinhas e precisam ainda mais de alívio, porque são mais tormentadas, por isto a Mãe de Misericórdia se empenha muito mais a socorrer-las de quando estavam na terra.

A Mãe Divina disse a Santa Brigida: eu sou a Mãe de todas as almas que se encontram no Purgatório e intervenho continuamente com as minhas orações para diminuir as penas que merecem pelas culpas cometidas durante a vida delas. As vezes a piedosa Mãe nem nega de entrar naquela santa prisão para visitar e consolar as Suas filhas aflitas. Nos Provérbios está escrito: "Passei nas profundidades dos abissos". São Boaventura atribui este pensamento a Maria e explica: "Eu penetrei no fundo daquele abisso, isto é, o Purgatório, para aliviar com a Minha presença, aquelas almas santas". Diz São Vincente Ferreri: "A Madona é tão cortez e boa com quem sofre no Purgatório e intervém continuamente doando a elas conforto e alivio!".

Um dia, Santa Brigida ouviu Jesus dizer à Mãe: "Tu és Minha Mãe, és a Mãe da Misericórdia, és a consolação daqueles que se encontram no Purgatório". A Beata Virgem disse a Santa Brigida que como um pobre doente, abandonado e aflito, com algumas palavras de conforto se sentem reviver, assim as almas se consolam também somente em ouvir o nome da Madona.

Maria não somente consola e ajuda os seus devotos do Purgatório mas com a Sua intercessão obtém a liberdade para eles. Escreveu Gersone e o conferma o Novarino dizendo de ter lido nas obras dos Autores importantes que Maria no momento da Sua gloriosa Assunção pediu ao Filho a graça de poder conduzir com Si todas as almas que naquele momento se encontravam no Purgatório. São Benardino de Siena confirma com absoluta certeza que a Beata Virgem tem a faculdade, através da oração e aplicando também os Seus méritos, de liberar as almas do Purgatório e particularmente os Seus devotos.

Refere São Pier Damiani que uma mulher de nome Marzia, morta jà da algum tempo, apareceu a uma sua amiga e lhe disse que o dia da Assunção de Maria tinha sido liberada do Purgatório da Rainha do Céu junto a tantas outras almas. O mesmo conferma São Dionisio Cartusiano pela festividade do Nascimento e da Ressurreição de Jesus Cristo. O Santo afirma que em tais dias Maria desce no Purgatório acompanhada da fila de Anjos e libera muitas almas daquelas penas. O Novarino pensa que isto aconteça em qualquer festa solene da Santa Virgem.

È conhecida a promessa de Maria ao Papa Joao XXII. Em uma aparição lhe ordenou de fazer conhecer a todos que aqueles que tivessem levado o sagrado escapolário do Carmem, teriam sidos liberados do Purgatório o sabado depois da morte deles. Refere padre Crasset que o Pontefice o declarou e depois foi confirmado por Alessandro V, por Clemente VII, Pio V, Gregorio XIII e Paolo V.

A Beata Virgem encarregou frei Abbondo de levar uma messagem da Sua parte ao Beato Godifredo: "Diga a frei Godifredo que progrida nas virtudes, assim pertencerá ao Meu Filho e a Mim. Quando a sua alma deixará o corpo, não permeterei que vai em Purgatório, mas a pegarei e a ofrirei a Jesus". Se desejamos ajudar as almas santas do Purgatório, oremos sempre a Santa Virgem por elas e em particular com o Santo Rosário que lhes propicia um grande alivio.

quinta-feira, 25 de março de 2010

UM MINUTO COM A BEATA ALEXANDRINA

Em que consiste?


A partir do 1º de Abril, em França, na Bélgica e na Holanda vários conventos que praticam a adoração eucarística, vão fazer um minuto suplementar de adoração, minuto durante ao qual vão unir-se espiritualmente às intenções da Beata Alexandrina ― guardiã dos Tabernáculos abandonados. Mas este minuto suplementar de adoração não será limitado aos monges e às freiras, visto que um grande número de leigos vai também participar e, por intermédio dos blogues e dos Sítios Internet que informarão regulamente sobre desta devoção particular, todos serão informados, de maneira que esta acção vá “até aos confins do mundo”

Este minuto suplementar, multiplicado por milhares de pessoas, poderá depois contabilizar-se em milhares de horas suplementares de adoração, o que naturalmente fará grande prazer à nossa querida Alexandrina.

Durante o mês de Julho ou Agosto — a data ainda não foi definitivamente fixada — vamos instalar em Paray le Monial (França), cidade onde Jesus apareceu a Santa Margarida Maria, um stand dedicado à Beata Alexandrina de Balasar. O nosso objectivo é de explicar os milhares de pessoas que ali se vão reunir quem foi a Alexandrina e qual foi a sua primeira missão.

Vamos igualmente distribuir uma carta — tipo carta bancária — contendo de um dos lados a imagem da Alexandrina e do outro lado uma pequena oração sobre um fundo eucarístico.

SITES :

http://alexdiffusion.free.fr/
http://alexandrina.balasar.free.fr/
http://alexandrinabalasar.free.fr/
http://nouvl.evangelisation.free.fr/
http://voiemystique.free.fr/
http://lieudepriere.free.fr/

BLOGS :

http://alexandrina-de-balasar.blogspot.com/
http://alex-balasar.blogspot.com/
http://mistica-e-misticos.blogspot.com/
http://nouvelle-evangelisation.blogspot.com/
http://voie-mystique.blogspot.com/
http://a-jesus-par-marie.blogspot.com/
http://a-jesus-por-maria.blogspot.com/

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

MARIE TEMPLO DE DEUS

Maria é o Templo de Deus, é a porta do céu.

Antes de Maria e José passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela acção do Espírito Santo (Mt 1, 18). José se espanta, e a desconfiança em rela-ção à esposa o aflige. Que fazer? Teme entregá-la com medo que a matem. Pensa em repudiá-la, o que seria mais fácil, e não a exporia aos mesmos peri-gos. Bastaria dar-lhe, conforme a Lei, uma carta de repúdio.

Mas depois que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de David, não tenhas receio de receber Ma-ria, tua esposa” (Mt 1, 20). Depois que lhe veio esse pensamento, nos é dito. Como estivesse angustiado e não soubesse ainda o que fazer, eis que lhe apare-ce em sonho o Anjo do Senhor, o mensageiro do céu. Em sonho: não se poderia dizer de melhor modo. Com efeito, se José não tivesse adormecido, se tivesse continuado presente a si mesmo, se houvesse mantido abertos os olhos do seu espírito e do seu coração, e se tivesse reconhecido na revelação do Espírito Santo o sol que já se levantava em Maria, então, lhe teria sido impossível agi-tar-se em tais pensamentos.

Mas, escutemos o que diz o anjo: José, filho de David, não tenhas receio de re-ceber Maria, tua esposa. Não tenhas medo, não duvides, lança fora o ciúme, repele a suspeita. A verdade é muito diferente desses pensamentos que se agi-tam. Esta jovem, não a conheces ainda. Maria, tua esposa, ainda não soubeste vê-la! Esta jovem é o Templo de Deus, é a porta do céu; tu a julgas tua esposa, mas deves, no entanto, servi-la.

Acolhe-a, pois, agora para te colocares à sua disposição. Ela foi-te confiada e não entregue: sê para ela, em vez de marido que ordena, o servidor que obede-ce. Por que isto? Porque o que nela foi gerado vem do Espírito Santo (Mt 1, 20). Basta que ouças, basta que creias.

S. Bruno de Segni, bispo
Comentário sobre o Evangelho de S. Mateus
Commentarium in Matthæum, Pars I, cap. II (Patrologia Latina 165, 74 ss).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

NUNO DE SANTA MARIA

O Santo Condestável

Desde há quanto tempo o povo português se habituou a chamar Nuno Álvares Pereira “Santo Condestável”?
O que até aqui não era “verdade”, porque ele apenas fora beatificado, vai tornar-se, no próximo dia 26 de Abril uma “verdade” infalível, porque o Santo Padre Bento XVI vai nesse dia elevá-lo ao grau superior da “hierarquia celeste”, vai canonizá-lo em Roma, na Praça de São Pedro, durante a cerimónia solene que ali vai ser celebrada.

É com grande emoção que o povo Lusitano vai acolher este novo Santo e celebrá-lo ainda mais do que nunca e prestar-lhe a homenagem que esta canonização implica.

Frei Nuno de Santa Maria, o frade que não fez esquecer o heroi da Pátria lusitana, terá, a partir do domingo 26 de Abril, um “poder” ainda maior sobre o Coração de Deus e uma “união” ainda mais forte com Aquele que ele sempre amou ao ponto de querer usar seu nome: Santa Maria.

Recorramos pois com fé, ainda com mais frequência, se possível, à intercessão de Frei Nuno de Santa Maria, o novo “Santo” de Portugal, a fim que possamos, como ele mesmo, ganhar as nossas batalhas de cada dia, visto que cada um deles é para nós uma Aljubarrota.

Afonso Rocha