quarta-feira, 22 de abril de 2009

NUNO DE SANTA MARIA

O Santo Condestável

Desde há quanto tempo o povo português se habituou a chamar Nuno Álvares Pereira “Santo Condestável”?
O que até aqui não era “verdade”, porque ele apenas fora beatificado, vai tornar-se, no próximo dia 26 de Abril uma “verdade” infalível, porque o Santo Padre Bento XVI vai nesse dia elevá-lo ao grau superior da “hierarquia celeste”, vai canonizá-lo em Roma, na Praça de São Pedro, durante a cerimónia solene que ali vai ser celebrada.

É com grande emoção que o povo Lusitano vai acolher este novo Santo e celebrá-lo ainda mais do que nunca e prestar-lhe a homenagem que esta canonização implica.

Frei Nuno de Santa Maria, o frade que não fez esquecer o heroi da Pátria lusitana, terá, a partir do domingo 26 de Abril, um “poder” ainda maior sobre o Coração de Deus e uma “união” ainda mais forte com Aquele que ele sempre amou ao ponto de querer usar seu nome: Santa Maria.

Recorramos pois com fé, ainda com mais frequência, se possível, à intercessão de Frei Nuno de Santa Maria, o novo “Santo” de Portugal, a fim que possamos, como ele mesmo, ganhar as nossas batalhas de cada dia, visto que cada um deles é para nós uma Aljubarrota.

Afonso Rocha

terça-feira, 21 de abril de 2009

A MINHA RAINHA !

O Céu, o Céu, como ele é lindo, como ele é belo!...

Nesta manhã, ainda antes de comungar, senti-me a caminho do Calvário. A Sagrada Comunhão foi o lenitivo, foi o bálsamo para a minha dor, foi a força para tão dolorosa viagem. Sempre acompanhada da inutilidade, fugitiva dos caminhos de Jesus, era uma das minhas vidas, a minha vida terrena. A outra, que era a vida de Jesus, levava a cruz e a ela ia ligada com prisões de amor. Eram transportes de grande elevação; eram prisões, era amor que não caminhava, mas parecia voar até ao cimo da montanha. Lá, na minha inutilidade, fui crucificada com Jesus. Durante a agonia, enquanto o coração e a alma bradavam, o espírito ia recordando o que se passava no Céu: o grande dia da Assunção da Mãezinha. Pedi-Lhe que em memória da Sua coroação no Céu me coroasse com o Seu amor, com todas as suas graças e fizesse Suas as minhas preces, que as entregasse todas junto do trono divino. Em todo o tempo, em que Jesus agonizava, eu andava ao longe, muito ao longe, com a minha inutilidade, enquanto que o coração crucificado na cruz com Jesus abria-se num vulcão de fogo, dum fogo que era só amor, amor infinito, amor divino. Este amor estava no meu coração, mas não era a mim que ele pertencia, era o amor de Jesus. Era Ele que amava, era Ele que se imolava e dava a vida. Ele fez a entrega ao Pai do Seu espírito. Eu também senti como que se perdesse a vida por algum tempo. Aqueci com o Seu calor, vivi com a Sua vida ao ouvir a Sua voz :
— Minha filha, minha filha, Jesus está no Céu, Jesus está no teu coração. Jesus habita neste tabernáculo de amor, como no Céu, junto do seu Eterno Pai. Estou aqui, estou aqui, filha querida. Hoje sou todo amor, hoje sou todo doçura. Quero confortar-te desta forma, quero preparar-te para com mais fortaleza e heróico heroísmo suportares muita dor, toda a dor que ao Céu aprouver dar-te. Quero tornar-te forte, fazendo-te sentir as alegrias jubilosas do grande dia do Paraíso. Todo o Céu está em festa e em festa está o teu coração. Tens em ti o Céu, em ti está Deus, em toda a Sua plenitude.
— Ó Jesus, ó Jesus, como eu sou grande, como é grande o meu coração. É verdade, Jesus, que eu sinto que sou o Céu, sinto até que tenho em mim o azul claro do firmamento. Vale a pena, Jesus, vale a pena sofrer uma vida inteira para gozar estes deliciosos momentos. O Céu, o Céu, Jesus, como ele é belo ! Oh ! Como os olhos da minha alma vêem o que lá se passa.
A Mãezinha subiu, subiu, foi levada pelos Anjos e por eles colocada junto do trono da Santíssima Trindade. Outros Anjos conduziram a coroa, e a Trindade Divina A coroou.
A minha Rainha, a minha Rainha, a minha Mãezinha, a minha Mãezinha, a minha querida Mãezinha ! Todo o Céu é festa, todo o Céu é amor, todo o Céu é só um hino! O Céu, o Céu, como ele é lindo, como ele é belo! Como eu estou unida a tudo isto !
— Ó Jesus, parece que estou junto do trono da Santíssima Trindade e do da querida Mãezinha. Sinto até que estou nos Seus braços a receber as Suas carícias. O Céu, o Céu, felizes momentos do Céu !
Ó Mãezinha, ó Mãezinha, é nos Vossos braços que eu imploro, é mergulhada no Vosso amor e no amor da Santíssima Trindade que eu peço, que eu imploro com toda a alma, com todo o coração. Estou num universo infinito de paz e de amor ; é daqui que eu brado, é daqui que eu imploro.
Ó Jesus, ó Mãezinha, ó Pai, ó Espírito Santo, atendei, atendei às minhas súplicas, atendei às minhas preces. Não as digo, Jesus, não as digo, Mãezinha, não as digo, minha Trindade adorável, mas mostro-Vos o meu coração. Estão lá todas bem presentes. Atendei, Jesus. Por aquele amor que Vos levou a levar a Mãezinha ao Céu em corpo e alma. Atendei, atendei, pelo amor com que Vos amais nesta união divina e bendita.
— Sim, minha filha, sim, minha filha, o Céu leu no teu coração, o Céu atende os teus desejos, os teus pedidos, as tuas ânsias. Recebe a gota do meu Divino Coração. Sê forte na dor, sê forte na cruz. Sofre, sofre; a dor é a salvação, a dor é o resgate das almas. Coragem, coragem ; foi tudo amor ; foi tudo doçura. Mas não deixes, não cesses de pedir : penitência, oração, emenda de vida. Coragem, coragem, vai em paz e dá ao mundo a minha paz.
— Obrigada, Jesus, obrigada, Mãezinha. Obrigada, minha Trindade Divina, pelos momentos deliciosos, pelo grande amor, pelo grande conforto que deste à minha alma.


Alexandrina de Balasar
Diário de 15 de Agosto de 1952