sexta-feira, 17 de outubro de 2008

VATICANO II E MARIA - X


O culto da Santíssima Virgem na Igreja:
Natureza e fundamento deste culto

Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os anjos e de todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus e, como tal, haver interferido nos mistérios de Cristo: por isso, a Igreja a honra com culto especial. Na verdade, já desde os mais antigos tempos, a Santíssima Virgem é venerada com o título de "Mãe de Deus", recorrendo os fiéis com súplicas à sua protecção em todos os perigos e necessidades. Sobretudo a partir do Concilio de Éfeso, o culto prestado a Maria pelo povo de Deus cresceu admiravelmente, manifestando-se em veneração, amor, invocação e imitação, cumprindo-se as palavras proféticas da própria Virgem: "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque fez em mim grandes coisas aquele que é poderoso" (cf. Lc 1,48). Este culto, tal como existiu sempre na Igreja, é de todo singular, mas difere essencialmente do culto de adoração que é prestado ao Verbo encarnado e do mesmo modo ao Pai e ao Espírito Santo, e muito contribui para ele. Pois que as várias formas de devoção para com a Mãe de Deus, que a Igreja aprovou ― dentro dos limites da doutrina sã e ortodoxa, segundo as circunstâncias de tempos e lugares, e atendendo à índole e ao modo de ser dos fiéis ― fazem que, ao honrarmos a Mãe, seja bem conhecido, amado e glorificado o Filho, e bem observados os mandamentos daquele "pelo qual existem todas as coisas" (cf. Cl 1,15-16) e no qual "aprouve ao eterno Pai que habitasse toda a plenitude" (cf. Cl 1,19).

VATICANO II; Lumen gentium, 66.

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