sábado, 27 de setembro de 2008

VATICANO II E MARIA - V

A Virgem Maria e o Menino Jesus

Esta união da Mãe com o Filho, na obra da redenção, manifesta-se desde o momento em que Jesus Cristo é concebido virginalmente, até à sua morte. Primeiramente, quando Maria se dirigiu pressurosa a visitar Isabel, e esta a proclamou bem-aventurada por ter acreditado na salvação prometida, estremecendo o precursor de alegria no seio de sua mãe (cf. Lc 1,41-45); e depois, no nascimento, quando a Mãe de Deus, cheia de alegria, mostrou aos pastores e aos magos o seu Filho primogénito, que não diminuiu, antes consagrou a sua integridade virginal. E também quando, ao apresentá-lo no templo ao Senhor, ofereceu o resgate dos pobres e ouviu Simeão profetizar que esse Filho havia de ser sinal de contradição e que uma espada atravessaria a alma da Mãe, para que se revelassem os pensamentos de muitos corações (cf. Lc 2,34-35). O Menino Jesus perdido e com tanta dor procurado, encontraram-no Maria e José no templo, ocupado nas coisas de seu Pai; não entenderam a resposta que lhes deu; a Mãe, porém, guardava no seu coração e meditava todas estas coisas (cf. Lc 2,41-51).
A Virgem Maria no ministério público de Jesus
Na vida pública de Jesus, a sua Mãe manifesta-se claramente logo no início, quando nas bodas de Caná da Galiléia, movida de misericórdia, conseguiu com sua intercessão que Jesus, o Messias, desse início aos seus milagres (cf. Jo 2,11). Durante a pregação do seu Filho, recolheu as palavras com que ele, exaltando o reino acima das razões e vínculos da carne e do sangue, proclamou bem-aventurados os que ouvem e observam a palavra de Deus (cf. Mc 3,35 - paralelo Lc 11,27-28), como ela fazia pontualmente (cf. Lc 2,19 e 51). Assim também a Santíssima Virgem avançou no caminho da fé, e conservou fielmente a união com seu Filho até a cruz, junto da qual, por desígnio de Deus, se manteve de pé (cf. Jo 10,25); sofreu profundamente com o seu Unigénito e associou-se de coração maternal ao seu sacrifício, consentindo amorosamente na imolação da vítima que ela havia gerado; finalmente, ouviu estas palavras do próprio Jesus Cristo, ao morrer na cruz, dando-a ao discípulo por Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho" (cf. Jo 19, 26-27).

VATICANO II; Lumen gentium, 57-58.

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